segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cidade japonesa planta maconha para enfrentar a crise

Projeto faz uso da Cannabis para tentar estimular a economia local, que pode faturar mais de R$ 25 milhões

Com a economia japonesa registrando um recuo de 12,7% entre outubro e dezembro, faz sentido que alguns projetos alternativos possam virar tendência na hora de enfrentar a crise. Na cidade de Kitami, na província de Hokaido, um empresário acredita que a maconha possa promover o crescimento econômico.

Hidetaro Funayama, 58 anos, representa um grupo que usa uma área para plantar cânhamo, planta que é da família da Cannabis, mas que não tem o efeito alucinógeno da maconha. A ideia é processar e industrializar o cânhamo para fazer papel, porta-CDs, óleo de cozinha e materiais de construção.

A plantação ocupa um terreno mais afastado do centro da cidade, que tem apenas 126 mil habitantes.

Funayama começou sua plantação em 2006, depois de visitar a Alemanha, um país mais tolerante em relação ao uso do cânhamo para uso industrial em 2003. Há projetos alemães que escolheram o cânhamo exatamente como material sustentável para decoração e interior de carros de luxo.

Desde que Funayama começou seu projeto, agora há pés de Cannabis crescendo ao longo da estrada. Alguns pés chegam a ter quatro metros de altura.

A prefeitura de Hokaido reconheceu a região como “especial” para o crescimento de cânhamo para uso industrial em agosto do ano passado, quando a subprefeitura de Kitami enviou um pedido explicando a situação.

Um porta-voz da prefeitura de Hokaido admite que é difícil incentivar a plantação, quando o uso de maconha vem crescendo em todo o país.

Mas Funayama e seu grupo estão confiantes. “Eu quero desafiar a má impressão que a produção de cânhamo tem em alguns lugares e fazer com que as pessoas parem de pensar apenas nas drogas”, disse.

O governo japonês proíbe a importação de pés de Cannabis, a menos que sejam tratadas para que não possam desenvolver o componente alucinógeno.

A sub-prefeitura de Tochigi, no leste do Japão, já desenvolveu até uma espécie própria chamada ‘‘Tochigi shiro’’ que produz cânhamo para fazer os cordões dos robes usados pelos monges em rituais da religião Xintoísta.

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar já indiciou que não haveria problema se Hokaido, uma região mais conhecida pelo turismo, também criasse sua própria espécie.

Para o grupo liderado por Funayama, o objetivo é plantar mil hectares, o que daria um faturamento anual de um bilhão de ienes, o equivalente a R$ 25,4 milhões.

A sub-prefeitura de Kitami está pesquisando agora a possbilidade de usar o cânhamo para purificar o nitrogênio do solo, já que as raízes se aprofundam na terra e a planta cresce muito rápido.

Com as autoridades do lado de Kitami, o único problema mesmo é evitar o roubo de plantas por cidadãos incautos que acreditam ser aquela Cannabis "da boa”.

Fonte: Época Negócios

Cannabis estimula crescimento de neurónios

Ao contrário de outras drogas que provocam dependência, cientistas canadianos acreditam que o princípio activo da cannabis pode estimular o crescimento de algumas células nervosas.


Especialistas em substâncias que provocam dependência realizaram um estudo sobre os princípios activos da cannabis em ratos de laboratório. A equipa de cientistas da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, verificou que uma droga sinteticamente similar à encontrada na marijuana estimula o crescimento de neurónios no hipocampo, uma zona do cérebro ligada à memória e às emoções.
Os investigadores revelaram-se surpreendidos com os resultados, uma vez que a cannabis mostrou ter um efeito contrário ao de outras drogas que provocam dependência, como é o caso da heroína, cocaína, nicotina ou até mesmo do álcool. Estes aditivos são conhecidos por inibirem a regeneração das células nervosas, facto que, segundo os cientistas, pode explicar os distúrbios emocionais de que padecem os indivíduos dependentes.

O estudo implicou a administração, duas vezes por dia, de uma substância similar a componentes existentes na cannabis, a HU210, em ratos de laboratório. Ao fim de dez dias, os investigadores verificaram que esta aumentou, em cerca de 40 por cento, o crescimento das células nervosas no hipocampo (neurogénese).
A pesquisa, publicada no jornal científico Journal of Clinical Investigation, demonstra ainda que o princípio activo administrado parece induzir os mesmos efeitos que alguns medicamentos que são aconselhados para combater a depressão e os comportamentos de ansiedade. De acordo com os cientistas, estes resultados podem vir a servir de argumento para a criação de novas terapias com base em canabinóides.

Os investigadores canadianos referem, contudo, que será necessário realizar mais estudos para que se possa defender que a marijuana pode funcionar como um anti-depressivo e ansiolítico.

Fonte Ciberia